BMW Alpina B7 2013

Discussões gerais sobre a BMW

BMW Alpina B7 2013

Mensagempor Rodrigo C. » 17 Jan 2013, 20:57

-> http://www.jalopnik.com.br/impressoes-d ... a-b7-2013/
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O famoso crítico de vinhos Robert Parker ficou tão encantado quando provou pela primeira vez o Sassicaia 1985 que deu a ele 100 pontos em seu sistema de avaliação aclamado mundialmente, de tão “surreal” era a qualidade desse fabuloso vinho. Se você quer uma garrafa desse vinho hoje, pode se preparar para pagar 3 mil reais por garrafa. Mas antes de correr para sua carteira e sacar seu cartão de crédito, deixe-me sugerir uma produtora de vinhos bem adequada: a Alpina.
Sim, a mesma Alpina que começou a trabalhar com a BMW em 1962, fornecendo veículos refinados para gourmets automotivos do mundo todo. O manual do proprietário da Alpina começa com uma citação de Oscar Wilde: “Eu tenho um gosto muito simples. Estou sempre satisfeito com o melhor.”
E o melhor deles é o novo BMW Alpina B7 2013.
O BMW Alpina B7 é basicamente um Série 7 que passou pelas mãos de Andy Bovensiepen – filho do fundador Burkard Bovensiepen – e de sua equipe para receber alguns cuidados especiais. Pense no Série 7 como um vinho tinto de sabor rico e encorpado. A Alpina dá a ele notas, sabores e aromas sutis, para tornar um vinho que já é bom (ou um carro, no nosso exemplo) em uma obra-prima capaz de surpreender até mesmo Robert Parker.
O objetivo do processo todo é entregar um carro com qualificações esportivas, remetendo à histórica parceria da Alpina com a BMW no automobilismo, mas que continue confortável, intuitivo e fácil de dirigir. Quando assistimos a um vídeo de apresentação da Alpina, somos levados a um mundo de classe e opulência. Uma ópera invade o ambiente, um cavalheiro de meia idade orgulhosamente compra seu novo B7 e sai dirigindo – provavelmente até o country club para realizar atividades que envolvem fumar charutos e bebericar brandy.
O triunfo de um vinho clássico, em parte, deve-se à capacidade de aproveitar as condições ideais ao longo da estação. Oscar Wilde disse que “o sucesso é uma ciência; se você tiver as condições, você alcançará o resultado.”
E, com o novo AlpinaB7, as condições eram decentes, mas o resultado talvez não consiga o status de um Sassicaia.

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Continuando a usar a palavra “decente”, o visual do carro é bastante decente. Para todos os efeitos, é um Série 7 um pouco mais bonito, com um para-choque dianteiro mais esportivo, spoiler traseiro especial, quatro grandes saídas de escapamento e rodas Alpina Classic de 21 polegadas.
O carro é dono de uma aparência sofisticada, porém com uma pitada de agressividade na medida certa. E parece gigantesco. Para quem está atrás do volante, inclusive.

Seria um passo em falso dizer “decente” de novo? Quero dizer, já usei a palavra “decente” cinco vezes nas últimas 100 palavras. No entanto, eu diria que o interior também é decente (6). É confortável e funcional. O volante Alpina não te deixa esquecer que está em um BMW “especial”, e não um Série 7 qualquer. Plástico quase não existe, já que um couro macio e flexível envolve todas as superfícies possíveis.
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Ele tem até um massageador de traseiro. Não sei como o liguei mas no meio do teste, em meio aos vistosos vinhedos da costa central, senti uma estranha e desconcertante pressão em minha nádega direita. Então a sensação se transferiu para a esquerda. Nem uma vez a pressão se deslocou para minha lombar, concentrando-se puramente na derrière. Não estou em sintonia com os cavalheiros que fumam charutos e usam bigodes como se fosse 1980, então não sei se é isso que os caras ricos querem dos seus carros hoje em dia.
De qualquer forma, me senti muito desconfortável e não consegui descobrir como desligar.

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Não há dúvidas de que o B7 é rápido. Seus quase 2.300 kg (pode variar de acordo com as opções de entre-eixos e xDrive) vão de 0 a 100 km/h em pelo menos 4,6 segundos, dependendo da versão. O V8 biturbo de 547 cv despeja 74 kgfm de torque e coloca a velocidade máxima nos 312 km/h. Rápido, hein?
Sim e não. Do ponto de vista numérico, quando se leva em consideração o peso do carro, é assustador. Mas atrás do volante, não parece tão rápido quanto se imagina. Para um carro de passeio confortável, no entanto, ele está entre os mais rápidos.
Eu só queria poder sentir essa velocidade de forma mais intensa.

Adivinha? Os freios são decentes (7). Não fizemos muita coisa com os freios durante nosso dia no norte da Califórnia. Na verdade, mesmo examinando as informações para a imprensa, quase não há informações a respeito.
Então, resumindo: eles são bons. E ficam melhores se nos lembrarmos do peso do B7.

O B7 merece uma nota alta quando se trata da suspensão. Ele se comporta como uma verdadeira máquina executiva e é excepcionalmente confortável. Cinco ajustes estão disponíveis para a suspensão e cada um deles faz uma diferença considerável. Pessoalmente, fiquei entre o número 2 (conforto) para passear e o número 5 (sport+) quando queria um pouco mais de emoção.
A única coisa negativa é que eu esperava algo mais firme na hora de fazer curvas de alta. Mas pedir um carro extremamente confortável e que ainda faça curvas de forma exemplar talvez seja demais.

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O carro não tem manejo ruim, de forma alguma, mas também não é uma máquina de devorar asfalto – e nem foi feita para isso. Ele está mais para escritório móvel do que boteco sobre rodas, e aqueles que torciam para que a herança da Alpina nas pistas brilhasse aqui sairão meio desapontados. Parece que a ênfase aqui foi em suas habilidades como carro de cruzeiro suave e confortável, e não seu temperamento feroz.
Isso não significa que o B7 não recebeu cuidados especiais no chassi. Sua suspensão foi atualizada para uma menor altura em relação ao solo e recebeu molas reajustadas na traseira.
Acho que é uma questão de ser excelente em uma coisa, ou medíocre nas duas. O B7 é apenas um esportivo decente, porém é sublime na estrada.

O B7 é equipado com a transmissão de 8 marchas da Alpina. O modo Drive é bem lento e anestesiado, o que é perfeitamente aceitável no modo de cruzeiro. Mas quando se muda o sistema para sport+, o mínimo que se espera é que a transmissão se comporte de maneira mais esportiva. E ainda assim ela se mantém demasiadamente conservadora.
No modo manual você usa um par de botões atrás do volante. O que há de errado com aletas, eu não sei. Os botões me irritaram mas as trocas eram sólidas. Não era um exemplo de velocidade porém deu para o gasto.

O cara pode ouvir ópera como se estivesse em um teatro com uma fidelidade absurda. Então peça sua B7 com o sistema de som Bang & Olufsen. Só isso.
Ainda que o sistema de som sozinho já fosse o suficiente, me incomodou o excessivo barulho de vento a mais de 100 km/h. Por um momento pensei que a porta estivesse aberta. Depois o teto solar. Após checar cada possível culpado, ficou claro que nada estava fora de lugar. A programação do dia tinha milhões de BMW diferentes para testar e o B7 veio por último, e acabou não dando tempo de testar outro veículo para ver se o problema persistia.
Seria esse um problema com a minha unidade? Impossível dizer. Talvez testes futuros apontem a causa, mas em meu teste a situação foi alarmante.

O B7 vem equipado com tudo que um cavalheiro distinto possa querer – inclusive o massageador de traseiro. O sistema iDrive 4.2 da BMW, fácil de usar e de visual agradável, está à disposição, acompanhado de todo tipo de aviso necessário para evitar um acidente. A câmera de ré é particularmente boa, assim como o bluetooth básico, USB, essas coisas que a gente se acostumou a ver em quase todo carro.

Não há uma maneira fácil de dizer isso, então vou direto ao assunto. Os preços serão de 127.600 dólares (B7 de entre-eixos normal), 130.600 (B7 de entre-eixos normal com xDrive), 131.500 (B7 de entre-eixos longo) e 134.500 (B7 de entre-eixos longo com xDrive).
Desculpe, mas 130 mil! Quantas garrafas de vinho você tomou, meu bom homem?
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É um bom carro, não posso negar. É rápido, confortável e tem ótimo manejo para um carro que pesa mais do que o Arnold Schwarzenegger. Uma coisa é pagar uma enorme quantia em uma garrafa do vinho mais extraordinário quando esse vinho é, em todos os sentidos, verdadeiramente extraordinário. Mas o B7 não é um Sassicaia 1985.
Ainda assim, é um carro decente.
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