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Achados Meio Perdidos - A Obra-Prima Da Divisão M

MensagemEnviado: 18 Jan 2013, 17:44
por Rodrigo C.
Jalopnik -> http://www.jalopnik.com.br/achados-meio ... divisao-m/
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Reparou na placa brasileira desse BMW? Apesar das importações proibitivas na época, alguns exemplares da geração E30 entraram no país, como este M3 ano 1988 que está a venda em Brasília. Poucos carros acumulam uma reputação de performance tão gloriosa – mas ele cobra seu preço por isso.
A primeira geração do BMW M3 não esbanja centenas de cavalos, não porta um seis-em-linha girador (são apenas quatro), nem visual de supercarro capaz de atrair os olhares dos mais jovens. Azar o deles. Este é um dos melhores e mais admirados automóveis de todos os tempos. Simples assim. Sua receita prova isso.
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Para começo de conversa (e diferente dos seus sucessores), a origem do primeiro M3 é focada nas pistas de corrida. Ele surgiu como um lote de homologação desenvolvido pela divisão Motorsport para as categorias de turismo baseadas no regulamento do Grupo A da FIA. Seu alvo era outra lenda da época: o Mercedes-Benz 190E 2.3-16.
Pouco mais de 15 mil unidades foram produzidas. A versão inicial trouxe à luz o fabuloso motor S14 de quatro cilindros em linha, 2,3 litros e 195 cavalos sem sobrealimentação. Achou pouco? Dá uma olhada nesses números: de zero a 100 km/h em 6,9 segundos, com velocidade máxima de 235 km/h - o Mercedes 190E 2.3-16 precisava de cerca de 7,5 segundos no 0 a 100 km/h e atingia no máximo 226 km/h.
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Mas isso são apenas números. O que marcou o M3 E30 na história foi o seu prazer ao conduzir: posição de dirigir irretocável, câmbio de cinco marchas com engates justos, estabilidade firme e sensível, comportamento neutro, uma incrível facilidade para a correção de trajetória em curvas (mesmo sem nenhum dos atuais auxílios eletrônicos), freios 100% confiáveis e todo o prazer que a tração traseira e o equilíbrio de peso perfeito podem proporcionar.
Visualmente, a principal identificação desse modelo são as caixas de rodas alargadas, feitas para abrigar eixos e rodas maiores – o eixo de trás com diferencial autoblocante de deslizamento limitado. Equipado com spoiler dianteiro e aerofólio funcionais, apenas o capô e o teto permanecem iguais aos painéis da carroceria do E30 comum. Até os vidros são montados de forma diferente, para reduzir o arrasto.
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O exemplar à venda marca apenas 10.324 milhas no hodômetro (16.614 km) – o que indica que veio dos EUA. Na Europa, as versões posteriores Evo e Sport Evolution se tornaram ainda mais sensacionais.
A pintura reluzente, lanternas, faróis e detalhes do acabamento externo bem alinhados mostram que esta unidade à venda aqui no Brasil é tratada com cuidado, embora por dentro o couro dos bancos grite por ajuda – algumas partes do acabamento vão exigir um pouco de atenção do futuro comprador. O motor aparenta ser original, e exibe orgulhosamente a mesma identificação “BMW M Power” vista no Brabham BT-52 de Nelson Piquet.
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Sua lista de admiradores é imensa. Richard Hammond sonha acordado com o M3 E30 – leia esse texto traduzido pelos camaradas do Top Gear Brasil a respeito. A tradicional Automobile Magazine o coloca no Top 5 de carros para serem dirigidos de todos os tempos. E a Evo Magazine escolheu o E30 como simplesmente a melhor coisa já feita pela divisão Motorsport até hoje.
Lista de títulos em campeonatos de turismo? WTCC (mundial), ETCC (europeu, duas vezes), BTCC (britânico, duas vezes), DTM (alemão, duas vezes de novo) e até ATCC (australiano). Também venceu as 24h de Spa e as 24h de Nürburgring.
Diante de tudo isso, a grana pedida por este exemplar com mais de 20 anos de idade nem parece tão alta: 95.000 reais. Obviamente lá fora ele sairia bem mais barato – cerca de 20.000 dólares nos EUA, com tendência a aumentar – mas enfim, vivemos no Brasil, lugar para onde o M3 E30 jamais foi importado oficialmente. A chance é única.